Provavelmente ao dirigir seu carro por uma avenida você já tenha passado pela situação de “sair” com seu veículo de um semáforo no qual estava parado e próximo do cruzamento e ao aproximar-se do semáforo seguinte não pôde passá-lo, pois, este ficou vermelho. A tendência da maioria das pessoas é pensar que os semáforos estão mal programados ou então ficaram desregulados de uma hora para outra. Sim, é uma boa conclusão, mas o fato descrito também pode ocorrer por outros fatores. Na maioria das vezes, esses fatores estão ocultos, e em uma análise mais apurada, são as verdadeiras causas para a situação descrita inicialmente.

Problemas de fluidez na via (manutenção da velocidade média), como carro parado em fila dupla, parada de ônibus na pista, bloqueio de uma faixa para operação de carga e descarga e saturação da via são fatores que interferem em um bom sincronismo dos semáforos.

Também conhecida como “onda verde”, a sincronização de semáforos proporciona que os veículos passem por uma boa sequência de semáforos no sinal verde ao longo de uma via. Sincronizar semáforos não é tarefa simples de ser colocada em prática e principalmente de ser mantida ao longo do tempo, pois muitas variáveis estão envolvidas neste processo.

Essa tarefa, na prática, se torna uma questão complexa devido à quantidade de variáveis envolvidas, como por exemplo:

  1. Existir no quadro funcional da prefeitura um profissional capacitado tecnicamente para elaborar as programações semafóricas;
  2. Levantar de forma adequada e corretamente os dados para as programações semafóricas;
  3. Os dados levantados serem inseridos corretamente nos controladores semafóricos;
  4. Manter os relógios internos dos controladores semafóricos marcando horários idênticos através de um software confiável;
  5. Manter a comunicação entre os controladores ativa através de GPRS
  6. Manter a CCO (Central de Controle Operacional) operando sem falhas;
  7. Manter todos os controladores semafóricos envolvidos em perfeito funcionamento com equipe de manutenção de campo preventiva e corretiva;
  8. Tomar decisões tecnicamente corretas na definição da hierarquia das vias, levando em conta a capacidade de fluxo, volume médio diário e a importância no sistema viário do município.

A operação semafórica é uma questão complexa, pois significa que uma grande quantidade de condições devem ocorrer simultaneamente para que aconteça o sincronismo entre os semáforos. Assim, basta apenas uma não conformidade para a falta de sincronismo entre semáforos próximos (onda vermelha – um abre e o outro fecha).

Equipamentos podem apresentar defeitos, principalmente controladores de semáforos que ficam expostos a condições adversas (temperatura, vibração, etc). Acreditar que teremos todas as redes semafóricas da cidade operando em onda verde 100% do tempo – principalmente quando existem muitos semáforos interligados em rede é uma ilusão.

Casos específicos

Algumas situações dependem de análises técnicas mais aprofundadas. Volume veicular intenso, grande quantidade de veículos lentos, vias com somente uma faixa de rolamento disponível são exemplos. Nestes casos, não só mais tempo de verde é fundamental para a ocorrência de melhor fluidez ou amenizar a espera semafórica. A defasagem apropriada entre cruzamentos também faz uma grande diferença.

Ao definir uma programação semafórica, há a necessidade de se levar em conta muitas variáveis, como por exemplo: o cruzamento terá ou não prioridade para conversão à esquerda; o cruzamento terá ou não prioridade de passagem para pedestres de forma atuada (por botoeiras) ou de forma sincronizada; qual será a preferência de passagem; quantas fases (sinal verde para as vias que se cruzam) existirão no cruzamento para garantir a fluidez e a segurança viária e dos pedestres; entre outras.

Interferências prejudiciais

Nem sempre um trânsito lento, no qual o motorista sai de um semáforo e para no outro pode ser considerado como desregulagem dos semáforos. Obras, veículos quebrados, buracos na via, tapa-buracos mal feitos, acidentes, etc, interferem na fluidez viária e passam a impressão de que há pouco tempo de verde e/ou falta de sincronismo. 

Deste modo, quem monitora o trânsito tem o dever de analisar os acontecimentos antes de tirar conclusões precipitadas, informando equivocadamente que a via está com falta de sincronismo. Outras vezes o trânsito lento é em decorrência de um acontecimento anterior.

Por outro lado, determinadas interferências, tais como alguns pontos de ônibus, empreendimentos de porte (prontos ou em construção), obras viárias, grandes eventos, manifestações e manobras de entrada e saída de estacionamentos, prejudicam de tal forma a fluidez nas vias, que nem o melhor programador de semáforos poderá resolver a questão.

A atuação dos profissionais nessas ocasiões mais complicadas deve ser mais ponderada. É preciso levar em consideração que a equipe semafórica da cidade pode amenizar um pouco os problemas gerados – não mais que isso. Portanto, nem todo trânsito lento ou falta de onda verde é “devido aos semáforos”.

Hierarquia das vias

É comum encontrarmos reclamações dos usuários que apontam a falta de sincronismo na cidade. Como já foi dito, em algumas situações sim, ocorrem problemas que prejudicam o sincronismo, mas na grande maioria as reclamações se baseiam em situações impossíveis de serem resolvidas.

Um exemplo é a Avenida Rui Barbosa, principalmente na região central. Trata-se de uma via com duplo sentido de circulação, separada por um canteiro central. Essa situação combinada com o alto fluxo veicular nos dois sentidos, com a transposição de pedestres pela Rua XV de Novembro e por ela “cortar” as principais vias longitudinais da região central (Rua Veríssimo Marques, Rua Visconde do Rio Branco, Rua Dona Isabel A Redentora, Rua Voluntário da Pátria e agora a Rua Paulino de Siqueira Cortes) faz com que o sincronismo exista, mas não da forma mais adequada possível.

Para se manter o sincronismo nas vias “principais”, infelizmente não se consegue manter o sincronismo ideal nas vias transversais, que é o caso da Avenida Rui Barbosa, Rua Mendes Leitão, Rua Reinaldino Scharffenberg de Quadros, Rua Tenente Djalma Dutra, Rua João Angelo Cordeiro, Rua Catão Menna Barreto Monclaro, Rua Marechal Deodoro da Fonseca, Rua Motta Junior e Rua Joaquim Nabuco.

O sincronismo semafórico leva sempre em consideração a importância que a via tem no sistema viário, para se definir qual será a melhor opção de mobilidade para as pessoas. As vias que cortam o centro longitudinalmente receberam maior importância devido ao seu fluxo viário e a quantidade de interseções semafóricas.

Se por algum motivo, as principais fossem as vias que “cortam o centro” transversalmente, estas teriam a preferência de passagem e teriam o sincronismo semafórico ao longo de suas extensões, fazendo com que as longitudinais perdessem o sincronismo ideal.

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